LT 006 - DICAS SOBRE TROCA DE ÓLEO MOTOR DE COMPRESSOR PORTÁTIL

Antes de deixar de trocar óleo do moto de seu compressor portátil, sugerimos que você leia esta literatura. E faça uma conta simples: uma troca de óleo, já incluindo o filtro, custa a partir de R$ 70; adiar ou deixar de tomar a providência pode custar mais de R$ 7 mil - valor estimado para os reparos básicos no motor causados pela falta de lubrificação.

Para deixar o assunto menos escorregadio, decidimos partir para a fórmula de pergunta e resposta: pelo menos uma delas deve tirar suas dúvidas sobre óleo lubrificante.

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1 - Qual é a função do óleo no motor?
A principal é reduzir o atrito. "O óleo evita o contato direto entre as superfícies metálicas, mas também serve para refrigerar, vedar e limpar o motor". Sem óleo, nenhuma máquina com peças móveis funciona. O bom desempenho e a durabilidade dos motores modernos dependem, em boa parte, da evolução dos lubrificantes.






LT006 32 - Os tipos de óleo lubrificante
O motor de seu compressor portátil pode usar três tipos de óleo, na mesma ordem de qualidade: mineral, semissintético ou sintético

O óleo mineral é obtido da separação de componentes do petróleo, e pode apresentar um nível de deterioração maior que o óleo sintético, que é criado em laboratório.
O óleo sintético pode apresentar inúmeras vantagens quando comparados com os óleos minerais: aumenta a durabilidade do motor, tem maior estabilidade física e química, baixo nível de degradação do produto e maior resistência à variação de temperatura, mantendo por mais tempo uma melhor viscosidade mesmo com o aumento da temperatura. Quanto maior for a temperatura, menor será a viscosidade, e quanto menor a temperatura, maior será a viscosidade. No entanto, enquanto um litro de óleo mineral custa a partir de R$ 6, a mesma quantidade de um sintético pode chegar a mais de R$ 60.
A grande sacada é o óleo semissintético, que emprega a mistura das duas bases em proporções controladas, de forma a reunir as melhores propriedades dos dois. É o melhor custo benefício. Hoje os motores usam semissintético ou sintético, ficando o mineral restrito a motores mais antigos. Mas nada impede seu possante veterano de usar um óleo sintético – só o preço. As especificações superiores garantirão uma melhor lubrificação, o que pode aumentar sua vida útil e reduzir os custos de manutenção. Por outro lado, os sintéticos possuem viscosidade mais baixa, o que em carros muito antigos pode implicar em um maior consumo de óleo lubrificante.

3 - O que são aquelas letrinhas e números na embalagem do óleo?

API - Instituto Americano do Petróleo, que normatizou a nomenclatura de aditivos para lubrificantes.

SL - Nível de aditivação. Para motores do ciclo Otto, o índice sempre começa com um "S" (de serviço) e uma segunda letra. Hoje há óleos SF, SG, SH, SJ, SL e SM. Quanto mais para o fim do alfabeto, mais moderno e aditivado será o óleo.

SAE - Sociedade de Engenheiros da Mobilidade, que normatizou a nomenclatura de viscosidade.

15 - O número antes do "w" indica a viscosidade a 0ºC. Quanto maior, mais espesso será o óleo.

W - Inverno, em inglês (winter).

40 - O segundo número indica a viscosidade a 100ºC. Quanto maior, mais espesso será o óleo.

4 - Qual é a vantagem real no uso de óleos sintéticos?

É verdade que os sintéticos podem ser trocados no dobro das horas indicadas para os minerais? Eis a versão da indústria química: o sintético é mais resistente à oxidação e à contaminação. Por isso, ele tende a aumentar a vida útil do motor - mas, ainda assim, a troca deve ser feita no prazo indicado pelo fabricante do veículo. Já a versão das fábricas de motor é a seguinte: o óleo sintético não chega a representar vantagem sensível, a não ser, é claro, que o manual do motor recomende. Para a maioria dos compressores portáteis, o semissintético representa um equilíbrio interessante e tem sido cada vez mais recomendado.

5 - Por que o nível do óleo baixa?

Mesmo com a vedação dos anéis nos pistões, uma pequena parte do lubrificante fica nas paredes dos cilindros e é queimada por temperaturas em torno de 1.200 graus na câmara de combustão. "É um fenômeno natural e as fábricas indicam qual é o consumo considerado normal para seus veículos". Algumas fábricas consideram normal o consumo de até 1 litro a cada 50 horas de trabalho. Isso sem falar em eventuais vazamentos e na evaporação, razão de verificar o nível diariamente.

6 - O que acontece se eu trabalhar com pouco óleo? E com muito óleo?

Com pouco óleo, o motor pode fundir ou superaquecer. Excesso de lubrificante causa pressões indesejáveis no cárter, fazendo que o óleo seja queimado pelo motor. Em casos extremos, as bielas chegam a se romper, ou vazar óleo pelos retentores na extremidade da árvore de distribuição (virabrequim).

7 - Por que o óleo fica preto? É verdade que a cor indica que ele está vencido?

O lubrificante fica escuro porque ele carrega as sujeiras internas do motor criadas pela queima do combustível. "O fato de o óleo estar preto não significa que ele esteja vencido. Pelo contrário, indica que está cumprindo sua função".

8 - De quanto em quanto tempo eu devo trocar o óleo? O que acontece se eu rodar com o óleo vencido?

O prazo é determinado pela fábrica do motor. Não existe, portanto, óleo para 250 ou 500 horas. O óleo tem vida útil que deve ser respeitada - depois, ele perderá as suas propriedades. "Rodar com óleo vencido significa desgaste nos componentes do motor, aquecimento e, em casos extremos, quebra ou travamento". Quem usa o compressor portátil em condições severas (como área com excesso de poeira, operações em alta rotação em período longo ou seja com carga total, deve reduzir o prazo pela metade. E máquina de trabalha pouco deve fazer a troca por tempo (geralmente seis meses).

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9 - Devo trocar o filtro de óleo, quando troco o óleo?

Sim, e em todas as trocas de óleo. Antigamente, as fábricas recomendavam que a substituição fosse feita a cada duas trocas do lubrificante. Hoje recomenda-se que a substituição seja feita sempre em conjunto, para evitar que impurezas antigas contaminem o óleo novo. O filtro também tem vida útil limitada, já que ele vai retendo as impurezas trazidas pelo lubrificante e acaba se saturando.

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10 - Há um jeito certo para medir o nível do óleo?

O compressor deve estar em local plano e com o motor totalmente frio ou desligado há, pelo menos, quinze minutos, para que o óleo nas partes mais altas do motor escorra para o cárter. Isso evita uma leitura falsa do nível. Estará tudo certo enquanto o nível estiver entre as marcas "mínimo" e "máximo" da vareta. "O nível correto se encontra entre os dois traços, e não no superior apenas".

11 - Se o motor está queimando óleo, devo usar um lubrificante mais viscoso (os óleos de alta quilometragem)? Ou o melhor é fazer o motor de uma vez?

O lubrificante mais espesso é um paliativo. O ideal é fazer o motor. "O óleo mais viscoso apenas adia a solução definitiva".

12 - O que acontece se eu usar óleos de viscosidades diferentes das indicadas no manual do proprietário?

Os lubrificantes homologados pelos fabricantes de motores são aprovados após testes extremos de temperatura.
De uma forma geral, o risco é o seguinte: menos viscoso (vulgar: “mais fino”) do que o indicado, a lubrificação pode falhar, porque a pressão do óleo será insuficiente e o motor sofrerá desgaste prematuro, já que a película de óleo entre as peças será fina demais; mais viscoso (vulgar: “mais grosso”), haverá dificuldade na partida e, novamente, desgaste prematuro, porque as partes altas do motor demorarão mais para receber o lubrificante.

13 - Devo misturar aditivos no óleo?

As fábricas de motores e de lubrificantes dizem não, pois os óleos já são aditivados e a mistura pode ser prejudicial. Mas a Bardahl, que produz aditivos, cita uma pesquisa da Agência Nacional do Petróleo: em 2007, a fiscalização descobriu que 32% dos óleos verificados não tinham aditivos (embora nenhum dos produtos irregulares fosse de marcas conhecidas). "O aditivo é uma proteção complementar ao motor que não prejudica o óleo".

14 - Respeitando-se a viscosidade do óleo quando quente, eu posso utilizar um óleo mais fino a frio?

Exemplo: se o manual recomenda um óleo 15w40, posso usar um 10w40 ou 5w40?
Teoricamente, o óleo menos viscoso facilita a lubrificação na hora da partida, situação de maior desgaste do motor. Também em teoria, o óleo mais fino pode subir para a câmara de combustão e ser queimado com o combustível, aumentando o consumo do lubrificante. Mas na prática é difícil prever o que realmente vai ocorrer. Defendemos o uso de óleos mais finos a frio, desde que a viscosidade a quente seja respeitada. "Cerca de 70% do desgaste do motor ocorre na partida a frio e nos primeiros minutos de operação".

15 - Respeitando-se a viscosidade recomendada para o óleo, é preferível usar um óleo mineral mais aditivado ou um semissintético menos aditivado?

É preferível utilizar o mineral mais aditivado. "A carga superior de aditivação garante mais proteção do motor, enquanto a única vantagem do semissintético menos aditivado é a maior estabilidade às maiores temperaturas e à contaminação".

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16 - A troca de óleo por gravidade é melhor do que a por sucção (ou vácuo)?

Sim, pois este sistema ajuda a carregar para fora as impurezas que ficam no fundo do cárter. "Isto não ocorre de maneira adequada com a troca a vácuo".

17 - Não é aconselhável usar óleos sintéticos ou lubrificantes muito aditivados em motores mais antigos?

O problema não é a idade do motor, e sim o estado de manutenção. Óleos muito aditivados tendem a soltar todas as impurezas antigas retidas nas galerias de lubrificação, entupindo a bomba. Por outro lado, quanto mais moderno, maior a proteção para o motor. Coloque um óleo de alto desempenho (SL ou SM), trabalhes umas 50 horas e faça nova troca - incluindo o filtro.

18 - Posso confiar a verificação a um ajudante ou auxiliar, sem treinamento?

É preciso ter cuidado com a checagem. O ideal é fazer a verificação pelo próprio usuário. É simples. E a troca por um funcionário treinado.

19 - O que é borra? Como identificá-la, como evitá-la e como trata la?

A borra é um processo de solidificação do óleo, causado por contaminação. É um fenômeno inevitável, mas pode ser controlado com a troca do lubrificante e com a manutenção do motor nos prazos corretos. Já o uso de combustíveis adulterados ou o uso de óleo vencido acelera o alastramento da borra. É difícil identificar o problema na fase inicial. Para limpar a borra é preciso desmontar o cárter e fazer limpeza geral. O problema pode ser evitado com o uso de combustíveis de boa qualidade e a troca do óleo nos prazos indicados pela fábrica. O óleo é um componente de baixo custo. O proprietário jamais deve querer economizar adiando sua troca ou usando produtos de desempenho inferior ao indicado pela fábrica do motor.

20 – Momento da troca de óleo?

Para retirar o óleo velho você irá se deparar com dois processos: o veloz processo de sucção e o vagaroso processo que usa a boa e velha gravidade. São 5 minutos contra 20. No entanto, o processo de sucção não retira os resíduos de metal do fundo do cárter, pode deixar vestígios do óleo velho, e a sonda usada no processo pode contaminar o motor. Se alguém tentar lhe vender aditivos, negue. Os lubrificantes já possuem todos os aditivos necessários para atenderem perfeitamente ao nível de qualidade exigido. Além disso, eles podem gerar borra caso haja incompatibilidade entre o óleo lubrificante e a aditivação.

21 - Mitos e fatos

- Trocar o óleo em lua cheia não vai fazer com que ele dure mais.

- O fabricante do óleo quase sempre recomenda o uso de aditivos (ora, então porque ela não vende aditivado?). Já a fabricante do motor não o indica. Fiquemos com a última.

- Óleo bom não é aquele que não baixa o nível e não precisa de reposição, e sim o que é consumido de acordo com o que especifica o manual do carro.

- O fato de o óleo sintético manter sua viscosidade por mais tempo não quer dizer que seu intervalo de troca será maior que um semissintético.

- A cor do óleo não indica sua viscosidade nem o desempenho, apenas a base e os aditivos. Ele pode adquirir uma cor mais escura após o uso, uma vez que contém uma série de partículas em suspensão, e isso é bom.

- Você sempre pode usar lubrificantes de especificações de desempenho superiores em seu carro, mas sai mais caro. Por outro lado, optar por lubrificantes inferiores afetará negativamente o motor.

- O mais sensato é sempre obedecer ao manual do motor no que diz respeito à lubrificação.

- O motor perde potência e superaquece quando passou – e muito – da hora de trocar o óleo.

Fonte: PRODUTORES: SHELL, PETROBRAS FABRICANTES: CUMINS, MWM, MAXION, SCANIA, JONH DEER

 


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